Kero escrever o ke ñ consigo dizer. Apertece-me abrir, como um livro em branco e a cada palavra uma emoção.Um significado,um pedaço de ficção tornado real. Sinto-me a desfalecer,como um sobrevivente num barco no meio de uma tempestade, onde sabe ke só um milagre o fará sobreviver. Porque sou assim? Porque ñ consigo controlar-me, tento sempre algo com medo das pessoas ñ gostarem de mim. Não quis sofrer mais, por isso decidi afastar-me de toda a gente. Agora em vez de um coração tenho uma pedra. Difícil será pedir ajuda, mas porque fujo de tudo e de todos. Não enfrento os meus medos. Sempre a fugir, mas os problemas ñ desaparecem, apenas adormecem num sono leve. Continuamente dormindo, até um dia ke acorda. Mais furioso, que um bebé com sono. Será ke um dia vou acordar para a vida? Será ke algum dia, vou deixar de fugir. De ñ precisar de me esconder por detrás duma máscara. Algum dia terei paz, comigo mesma. Procuro o que? Escondo-me do que? Do sofrimento?! Mas se ñ sofrer ñ viverei, ficará sempre a angústia de poder ter feito algo mais, ser capaz de ter feito outra coisa para me mudar a mim. Então o ke me falta? Não sei, ñ me conheço, e muito menos sei kem fui, sou ou serei. Sou uma sentimentalista barata, daqueles livros que se compram, mesmo não sabendo o fim são todos iguais e terminaram de certeza da mesma maneira. Só muda o conteúdo, a forma do conteúdo é sempre a mesma coisa. Devo ser mesmo uma criancinha, ñ amadureci o suficiente. Não cresci em termos mentais. Se calar ñ vivo, sobrevivo. Vou sobrevivendo, ñ questionando, ñ esticando a corda. Se calar limito-me a seguir as pesadas dos outros. Em vez de ter uma personalidade própria. Se calar também por ter mentido, muito a mim própria agora já ñ sei quem sou. Perdi-me no caminho, e agora ñ sei o caminho de volta. Um circulo vicioso, onde já ñ se sabe onde começou e onde acaba. Ainda terei a tempo, de me encaminhar e ñme perder de vez?
Alguém saberá me dar essa resposta e tantas outras que eu ñ sei. Talvez ñ tenha procurado bem, ou ñ tenho procurado nos sítios certos. O lamentar ñ me ajuda em nada, só faz com ke tenha pena do ke estou a ser neste momento. O frio passou, o frio ke tinha quando comecei a escrever, mas o gelo dentro de mim, a angústia, a tristeza, o sofrimento continua. Não há alegria nos meus olhos, como num dia cinzento onde só chove. Em que a minha cara são as gotas, que caíram nesse dia de temporal. Onde o sol se escondeu, tornou-se cinzento, carregado. Não há cores vivas, mas sim cores mórbidas. Algum dia terei gostado de alguém realmente? Sim, apesar de tudo ñ sou assim tão fria. Da minha família, dos meus verdadeiros amigos, desses gostei. Então quando deixei de gostar? Quando deixei de ter interesse na vida? Quando passei a sobreviver, como um náufrago onde só ver mar e mar e mais mar. Mas acredito que sobreviverei, mas já ñ tenho a certeza de nada.